quinta-feira, 11 de junho de 2009

EsperA

Ai! O longo amadurecimento difícil
E sempre doloroso!...
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Ai! O resíduo subindo!...
(o resíduo sagrado!)
Das horas esquecidas,
Das lágrimas engolidas,
E dos gritos sufocados
De tantos partos frustrados!
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Ai! O resíduo subindo
Transfigurado!...
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E um dia rebentarão as nascentes!
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O dia em que enfim me encontre!
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Cristovam Paiva

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tantas floreS

Tantas flores quietas
Suspensas desde o tempo ido...!
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Aguardam o indefinido,
através horas inquietas,
através horas sem sentido...
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E sofrem de agudas setas...
O vago ramo prometido!
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Saul Dias

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não, isto* não é um diário!

foto: diana arbus
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*leia-se isto como este blogue.

Sábado, 30 de Maio

Pensei levar a máquina fotográfica para registar retalhos de um passeio que se queria solitário.

Fui ficando, observando e comentando algumas conversas.

Respondi a algumas questões:...sim, está tudo bem. (...) ...não deixei de escrever apenas estou "noutra coisa" mais dinâmica (não especificando o quê)... não tenho nada...estou óptima...

O que nós temos de esconder!

E a máquina ficou onde foi.

É que para fotografar tem que se amar, o objecto fotografado, a vida.

De momento não consigo.

De momento não me é possível!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

GaivotA



Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar.


Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração.


Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse.


Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração.


Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro.


Que perfeito coração morreria no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.

Alexandre O´Neill (1966)

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sábado, 23 de maio de 2009

These Boots

Tinha apenas três anos mas lembro-me de adorar esta musica...
Antes de qualquer outra esta "menina" era filha de outro senhor que também me acompanhava Frank Sinatra. Naquele tempo achava isso importante... ainda hoje me interrogo...(que raio de miuda eu era!?!?)
Bem, mas avançando, deste tempo guardo o vinil de 45rotações e a recordação de muitas tardes passadas, sempre a ouvir (esta e outras musicas) e a tentar acompanhar o melhor que conseguia... (não percebia nada mas isso não importava, na minha ideia, aquele era o meu palco, com microfone e tudo).
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Nancy Sinatra - These Boots Are Made For Walking (1966)
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quarta-feira, 20 de maio de 2009

07.05.

A realidade apenas é.
Nada pode alterar um facto presente.
Talvez um futuro que não este.

domingo, 10 de maio de 2009

Tinha que o fazer.
Desde dia 30 que não abria este Sem redE.

Dizem que de Espanha nem bom vento nem bom casamento.
Durante anos presenciei a falsidade desta afirmação.
Na minha família um vento brando vindo deste País trouxe-me um tio.
No dia 30 um vento funestíssimo mo levou.

Ainda me custa falar da sua perda.
Não esquecerei o rosto da minha tia que, num momento lúcido, exprimindo serenamente a sua dor, disse baixinho: Eu perdi o meu Vicente!

Juan Vicente
03.07.1930 - 30.04.2009

Continuo a não entender porque se tem de sofrer tanto para partir!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

21.04.

Amanhã buscarei o reencontro comigo.
Sei que o farei.
E depois quem quiser me seguirá.

22.04.

Hoje já não me perco em buscas.

A essência prevalece e, todos os dias, me encontro comigo mesma.

29. 04.

Se esta verdade não chegar é porque ainda não chegou o seu tempo.

29. 04. (2)

A verdade tem tempo?
Qual o tempo da verdade?

Há já oito dias que não ia ao ginásio.

Hoje o período de relaxamento da aula de hidroginastica foi ao som dos The Gift em Fácil de Entender.

Há já um tempo que não ouvia esta musica...foi fácil de entender!

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sábado, 25 de abril de 2009

Queda prohibidO

Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarte un día sin saber que hacer,
tener miedo a tus recuerdos.
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Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quieres,
abandonarlo todo por miedo,
no convertir en realidad tus sueños.
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Queda prohibido no demostrar tu amor,
hacer que alguien pague tus deudas y el mal humor.
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Queda prohibido dejar a tus amigos,
no intentar comprender lo que vivieron juntos,
llamarles solo cuando los necesitas.
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Queda prohibido no ser tú ante la gente,
fingir ante las personas que no te importan,
hacerte el gracioso con tal de que te recuerden,
olvidar a toda la gente que te quiere.
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Queda prohibido no hacer las cosas por ti mismo,
no hacer tu destino,
tener miedo a la vida y a sus compromisos,
no vivir cada día como si fuera un ultimo suspiro.
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Queda prohibido echar a alguien de menos sin alegrarte,
olvidar sus ojos, su risa,
todo porque sus caminos han dejado de abrazarse,
olvidar su pasado y pagarlo con su presente.
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Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen mas que la tuya,
no saber que cada uno tiene su camino y su dicha.
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Queda prohibido no crear tu historia,
tener un momento para la gente que te necesita,
no comprender que lo que la vida te da,
también te lo quita.
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Queda prohibido no buscar tu felicidad,
no vivir tu vida con una actitud positiva,
no pensar en que podemos ser mejores,
no sentir que sin ti este mundo no sería igual.
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Atribuido (erradamente?!) a Pablo Neruda:
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Ver:
Queda Prohibido Alfredo Cuervo
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“Queda prohibido” no es de Neruda Spacebom Blog
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idependentemente do autor:
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

?. 03

Vou deixando que me digam somente o que me querem dizer.

19.04.

Ridículas são as horas em que espero.
Ridículas são as palavras que soltas deixam de te pertencer.
Ridículas as imagens de uma falsa serenidade, largamente banhada pelo desencanto, destas horas ridículas em que espero.

19.04. (2)

Todos os dias me levanto.
A falsa brandura das noites deixa um gosto a metal inerte que lentamente devora este corpo.
Estou de passagem.

terça-feira, 21 de abril de 2009

ÉclogA

Na ribeira que secou

Bebia o gado que eu tinha;

Quando chegava à noitinha,

A voz das águas chamava,
E o rebanho que pastava
Deixava os tojos e vinha.
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Eu próprio molhava as mágoas
Na pureza da nascente;
Metia as mãos docemente
Na limpidez da frescura,
E as caricias da corrente
Davam-me paz e ternura.
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O gado, farto, bebia;
E eu deixava-me correr
Naquele suave prazer
Que me levava consigo...
Eu não tinha que fazer,
E o gado tinha pescigo.
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A noite, então, vinha mansa
Cobrir a lã das ovelhas;
Era um telhado de telhas
Furadas ou embutidas
De luzes muito vermelhas
Por todo o céu repartidas.
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E aquela viva irmandade
Do rebanho e do zagal
Era ali tão natural
Que apagava dos sentidos
A saudade do curral
Feita de sono e balidos.
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Mas a ribeira secou.
Não sei que praga lhe deu
Que no leito onde correu
Há pedras e maldição...
E o meu rebanho morreu
De sede e de mansidão.
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Miguel Torga
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segunda-feira, 20 de abril de 2009

r

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
raiva.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

SaudadeS

Todos os anos pela Páscoa viajávamos de comboio até Sul.
O estado do tempo não importava.
A praia estava lá à nossa espera!
O tempo tinha um significado diferente.
Naquela altura aprendíamos, ilusoriamente, a estar por nossa conta.
A casa permanecia de ano para ano e era o nosso porto de abrigo.
Esta noite procurei fotos desses tempos.
Só encontrei de dois anos. Os últimos dois anos para mim.
Tenho saudades.

IMENSAS SAUDADES!!!

1982


1983


Continuamos todos amigos.

Os casais da foto anterior continuam juntos.

Em 1983 conhecemos dois amigos que também estavam de férias. Mais tarde uma destas meninas casou-se com um desses amigos...

Os livros continuam a acompanhar-nos.

Presentemente já não vejo nem falo com o dono da mochila.´

Naquela altura, como agora, I still haven't found what I'm looking for...

U2 & Bruce Springsteen

I still haven't found what I'm looking for (Live at Rock And Roll Hall Of Fame)


terça-feira, 7 de abril de 2009

Os dias felizeS




Foi na sexta-feira.
Confesso que fiquei talvez degostada, constrangida, inquieta mas ao mesmo tempo esperançada porque foi um homem que escreveu aquela peça.
Penso que Beckett soube magistralmemte expressar o que uma mulher pode sentir.
Se há homens que conseguem despir a sua masculinidade e vestir a alma de feminino para falarem desse sentir na primeira pessoa então tenhamos esperança.
Em Os dias felizeS Beckett fala da solidão e da incomunibilidade através de uma mulher (Winnie por Isabel Bilou) que resiste, apesar da sua situação, e ainda quer ver e ouvir o seu amor (Willie por Rui Nuno).
A peça é um poema de amor, o cântico de uma mulher que está a afundar-se na terra.

samuel beckett

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Meu caro Beckett,

sei que para ti ...una sola te basta*...mas para mim será ainda necessário mais do que uma vida para conseguir aprender e realizar tudo o que quero.

Respeitosamente

MAria tardIA

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´*entenda-se por vida

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O teu blog deu 1 programa de rádio? O meu também nãO!

Andava curiosa com este programa.

Já tinha lido em alguns blogs que visito Este blog ou O meu blogue já deu um programa de Rádio...

Este domingo saí no carrinho da minha mãe, que tinha a Rádio Comercial sintonizada, e começo a ouvir o tal programa...

A sério que me fazia espécie como era feita a selecção dos blogues...estaria uma alma a cuscar por aí durante toda a semana para eleger aquele que valesse a pena ser divulgado?Afinal fui aqui o meu blog dava um programa de rádio e parece que é só inscrever e...esperar.

domingo, 5 de abril de 2009

Quintaneiro?!?

Bem me suou mas fui ver e QUINTANEIRO não existe! *
Afinal é QUINTEIRO...ou PATARREGO...se fosse casado teria uma QUINTEIRA...se fosse mulher também o seria...
Mas gostei, revela abertura e criatividade...

quinteiro
s. m.
1. Homem encarregado do trabalho e vigilância de uma quinta.
2. O que traz de renda alguma quinta e nela habita.
3. Prov. minh. e dur. Pátio interior, eido.
4. Pequeno quintal murado.

eido s. m.
...Pátio; quintal; quinteiro....
patarrego s. m.
...Quinchoso, quinteiro....
quinteira s. f.
...Mulher do quinteiro....
quinteiro s. m.
...Homem encarregado do trabalho e vigilância de uma quinta....


* no dicionário...