Clareou
Vieram pombas e sol
e, de mistura com sonho,
pousou tudo num telhado...
(Eu, destas grades, a ver, desconfiado.)
Depois,
uma rapariga loira,
(era loira)
num mirante
estendeu roupa num cordel que se via
que era de gente lavada,
e por isso aquecia...
E não foi preciso mais
Logo a alma
clareou por sua vez
Logo o coração parado
bateu a grande pancada
da vida com sol e pombas
e roupa branca lavada.
´
Miguel Torga
foto: manuel alvarez bravo
3 comentários:
Bonito!
(levo sempre vontade voltar quando por aqui passo)
Bela poesia de Miguel, representativa ela, de alguns dos nossos dias, quem dera que todos.
Clareou o teu blog, também.
Espero que assim seja o teu dia ...
Beijinho
amigos(paulo e coragem),
agradeço do fundo do meu coração as vossas palavras.
O meu dia clareou!
*
Enviar um comentário